Aldeia Bonita, Salto do Jacuí. Dezessete de fevereiro de 2006.
Ao mundo com olhos de criança para encontrar uma maturidade tão lúdica quanto possível. E em observações fatais, dôo, furto...
Hoje, quando saímos do hotel, diferentemente das outras vezes, coloquei os óculos escuros. Fui a primeira a entrar na camionete e escolhi a janela. Estava com a câmera em mãos e fui mirando o caminho todo: As casas da cidadezinha, o menino de bicicleta, as árvores, as nuvens... Tudo visto com os óculos e com o filtro laranja, mas sem nenhum click. Quando entramos na reserva Indígena comecei a clicar o céu, as árvores secas, as árvores antigas. De repente, avistei uma índia correndo numa estradinha. Ela estava com o peito nu, apenas vestindo uma saia e muitos colares... Pedi para parar o carro. Desci e corri em direção a ela. Estava parada na estrada principal e conversava em Guarani com os moradores da casinha d’ outro lado. Quando me viu, tapou os seios. Parei de correr e fui chegando devagar, como quem não quer espantar um bicho selvagem... Falei em português algumas palavras, achando que ela não iria entender, mas com a intenção de que percebesse que queria um contato... Ela entendeu perfeitamente. E disse-me que não a fotografasse nua. Quis convencê-la, argumentando que estava ali para documentar como viviam. Que se costumava andar nua, era assim que gostaria de fotografá-la. Disse-me, então, que eu deveria pagar. Bloqueei completamente. Não soube o que fazer... Ela pediu-me as havaianas... Eu quis estabelecer um outro acordo, uma troca que só seria possível se ela confiasse em mim. Não consegui. Os índios aprenderam, acostumaram-se a trocar favores. E são desconfiados, têm medo de serem usurpados. Perdi a melhor imagem que poderia ter feito. Se a câmara que carregava em mãos não fosse a fotográfica, outros poderiam ver a cena mais exótica e natural que vi durante este trabalho: A bela índia correndo naturalmente por entre as árvores de peito nu. Consegui uma bela imagem: a índia de seios tapados naturalmente envergonhada.
Ao mundo com olhos de criança para encontrar uma maturidade tão lúdica quanto possível. E em observações fatais, dôo, furto...
Hoje, quando saímos do hotel, diferentemente das outras vezes, coloquei os óculos escuros. Fui a primeira a entrar na camionete e escolhi a janela. Estava com a câmera em mãos e fui mirando o caminho todo: As casas da cidadezinha, o menino de bicicleta, as árvores, as nuvens... Tudo visto com os óculos e com o filtro laranja, mas sem nenhum click. Quando entramos na reserva Indígena comecei a clicar o céu, as árvores secas, as árvores antigas. De repente, avistei uma índia correndo numa estradinha. Ela estava com o peito nu, apenas vestindo uma saia e muitos colares... Pedi para parar o carro. Desci e corri em direção a ela. Estava parada na estrada principal e conversava em Guarani com os moradores da casinha d’ outro lado. Quando me viu, tapou os seios. Parei de correr e fui chegando devagar, como quem não quer espantar um bicho selvagem... Falei em português algumas palavras, achando que ela não iria entender, mas com a intenção de que percebesse que queria um contato... Ela entendeu perfeitamente. E disse-me que não a fotografasse nua. Quis convencê-la, argumentando que estava ali para documentar como viviam. Que se costumava andar nua, era assim que gostaria de fotografá-la. Disse-me, então, que eu deveria pagar. Bloqueei completamente. Não soube o que fazer... Ela pediu-me as havaianas... Eu quis estabelecer um outro acordo, uma troca que só seria possível se ela confiasse em mim. Não consegui. Os índios aprenderam, acostumaram-se a trocar favores. E são desconfiados, têm medo de serem usurpados. Perdi a melhor imagem que poderia ter feito. Se a câmara que carregava em mãos não fosse a fotográfica, outros poderiam ver a cena mais exótica e natural que vi durante este trabalho: A bela índia correndo naturalmente por entre as árvores de peito nu. Consegui uma bela imagem: a índia de seios tapados naturalmente envergonhada.
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denise silveira.
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